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Poluição das Siderúrgicas é debatida em Audiência Pública

por Diretoria de Comunicação — publicado 29/08/2017 15h05, última modificação 04/12/2017 17h10
Poluição das Siderúrgicas é debatida em Audiência Pública

Poluição das Siderúrgicas é debatida

A Audiência Pública foi solicitada para atender ao apelo da população que reside próximo as siderúrgicas instaladas em Divinópolis. Por este motivo os membros das Comissões de Saúde, Meio Ambiente e Ciência e de Participação Popular sentiram a necessidade de discutir a respeito dos prejuízos trazidos para a população, e também a falta de controle da poluição produzida pelas mesmas.

O Vereador Roger Viegas que é presidente da Comissão de Participação Popular lamentou a falta de comprometimento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente em não ter enviado um representante para participar do debate. “Diariamente temos recebido denúncias de cidadãos que moram próximo as siderúrgicas, reclamando da emissão de fumaça crescente após as 18 horas e se estendendo durante a noite, o que ocasiona prejuízos a saúde respiratória dos moradores. Recebemos inúmeras fotos que foram apresentadas pelos moradores do bairro Icaraí mostrando a real situação em que vivem”.

Estiverem presentes na Audiência Pública a Engenheira Ambiental da Siderúrgica Valinho; um representante do Corpo de Bombeiros e o advogado e representante da Siderúrgica – Fergosul; além dos Vereadores: Roger Viegas (PROS), Janete Aparecida (PSD), César Tarzan (PP), Nêgo do Buriti (PEN), José Luiz da Farmácia (PMN), Edson Sousa (PMDB), Cleitinho Azevedo (PPS), Renato Ferreira (PSDB) e Ademir Silva (PSD).

QUESTIONAMENTOS 

2017 - Jéssica MilagresInicialmente, o presidente Roger Viegas abriu a palavra para a população questionar e sugerir melhorias entorno do tema em debate. E o primeiro inscrito foi a moradora do bairro Icaraí, Jéssica Milagres que reside em frente a um siderúrgica e disse que a situação é insuportável diariamente. “Inclusive na hora do almoço, estamos comendo e o pó caindo em cima da comida. O meu irmão tem bronquite, o meu pai tem problemas respiratórios e ambos tem dificuldade de dormir, além da casa não ficar limpa com o pó e o tempo seco. A noite a situação piora e a fumaça é ainda grossa e intensa. Tenho vídeos da fumaça caindo, e com a siderúrgica que havia lá anteriormente não ocorria este tipo de poluição tão visível”, contou. 

2017 - Randal WenderO segundo a se manifestar foi Randal Wender: “sou morador do bairro Nossa Senhora das Graças e nos últimos 15 dias tirei cerca de 400 fotos e a poluição aumentou consideravelmente. Quando o bairro começou a crescer a Gerdau já estava lá e a situação não era assim. Além do pó solto pelas chaminés, há também muito barulho a noite das máquinas. A Gerdau já soltou uma nota dizendo que os equipamentos estão com os filtros necessários, porém não está sendo suficiente para conter a poluição”, reforçou Randal. 

2017 - José OnésioRepresentando a Associação dos Moradores do bairro Porto Velho, o senhor José Onésio, disse que a reclamação dos moradores a respeito da empresa Gerdau é constante há anos, o pó do grafite é um dos mais prejudiciais para a saúde de quem mora naquela região. Já fizemos várias reuniões e audiências públicas e nunca resolveu nada, devido as reclamações serem direcionadas a empresas privadas e no fim são apenas aplicadas multas”, frisou José Onésio.

O penúltimo cidadão inscrito ,Paulo Elias destacou a respeito do lucro que as siderúrgicas trazem para as cidade e para os pais de família que trabalham nestas siderúrgicas. “Hoje estamos em crise econômica, e as famílias de Divinópolis precisam do emprego destas siderúrgicas, não devemos iniciar uma luta contra estes empreendimentos”.

O último inscrito foi Adriano morador do bairro Icaraí que informou ter participado da reunião na associação de moradores, e o representante da empresa disse que não havia pó no local, porém nestes últimos quatro meses a situação piorou. “Claro que os pais de família precisam de trabalhar mas a sociedade precisa ter qualidade de vida, então tudo seria muito mais fácil se fossem usados os equipamentos de filtragem nas chaminés” finalizou.

VEREADORES
Passando a palavra aos questionamentos dos parlamentares, o primeiro a se manifestar foi o Vereador Edson Sousa, que disse acreditar que a audiência é um ato histórico. “É uma vergonha não ter nenhum representante do poder público, dos órgãos do meio ambiente, secretário municipal de saúde, nesta audiência, e então nós temos a missão de cobrar do poder público. Nós temos que dar um basta nesta situação e iremos enviar uma Moção de Repúdio ao secretário de Meio Ambiente por sua ausência”. 

O vereador José Luiz Farmácia destacou as mudança que o planeta terá tem passado e reforçou que o poder público está realmente desacreditado.

Já Cleitinho Azevedo, reafirmou que recebe muitas reclamações deste tipo de situação, e espera que o problema seja resolvido pois é um assunto que mexe com a saúde da população.

A Vereadora Janete Aparecida, se disse entristecida de não ter a presença do Secretário de Meio Ambiente, e também pela ausência do diretor da Supram. “Se a fiscalização fosse feita com rigor a poluição não estaria com estes índices altos incomodando a população com tanta poluição. As empresas deveriam estar com os filtros ligados para amenizar as reclamações e doenças respiratórias”.

O presidente Roger Viegas também questionou se existe o descarte de fumaça sem filtros, se existe projeto ambiental para melhorar, e se existe a abertura das chaminés no período noturno.

RESPOSTAS

2017 - Engenheira Ambiental da Siderúrgica Valinho Danusa GontijoA Engenheira Ambiental da Siderúrgica Valinho Danusa Gontijo afirmou que a siderúrgica Valinho tem todos os filtros ligados durante toda a produção e de tempos em tempos é feito a manutenção dos filtros. A empresa está sempre em contato com a comunidade.

O representante da empresa Gerdau Alisson, informou que a empresa hoje possui dez despoeiramentos e que capta o pó e dissolve ele em micropartículas. “A Gerdau apoio projetos de saúde, meio ambiente, esporte. A respeito da pergunta sobre os filtros, nós monitoramos os 16 pontos fixos que fazem emissão da fumaça. Sobre o desligamento do equipamento, é importante explicar que é preciso acionar o equipamento do despoeiramento. E nosso laudos constam todos em dia”.

2017 - Advogado e representante da FergosulO advogado e representante da Fergosul situada no bairro Icaraí, disse que estes problemas são recorrentes neste ramo de siderurgia. “Já investimentos mais de R$1 milhão em equipamentos para melhorar a manutenção. Disponibilizamos dois caminhões pipa para os bairros. Estamos lutando para o melhoramento da população vizinha e da nossa empresa. E estamos de portas abertas para medições no nosso equipamento que funciona adequadamente”, informou. 

QUEIMADAS 

2017 - Tenente BrandãoO representante informou que foram atendidas 245 ocorrências de incêndio no município. As principais causas é a queda da umidade relativa do ar, aumento de temperatura e os lixos deixados as margens das vegetações que ocasionam nos incêndios. Lembrando ainda que a causa intencional de incêndios é crime, porém o pó das queimadas registradas é diferente do pó relatado pelos cidadãos que moram nas proximidades das siderúrgicas.  

Texto: Liziane Ricardo                       Fotos: Jeann Teixeira