Comissão de Saúde apura irregularidades na UPA

por Marcela Knupp - Coordenadora de Comunicação CMD — publicado 15/06/2021 15h45, última modificação 15/06/2021 16h10
Vigilância Sanitária interdita as internações do Hospital de Campanha da UPA.

A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Divinópolis denunciou na última semana várias irregularidades na UPA Padre Roberto, em Divinópolis.

Em visita realizada pelo Vereador Zé Braz (Presidente da Comissão) e pelo Vereador Israel da Farmácia (Vereador Secretário), foi constatada a falta de medicamentos sedativos para entubação de pacientes com Covid-19, sendo utilizada uma medicação alternativa, ao qual não é indicada para o procedimento. A Vereadora Lohanna França também faz parte da Comissão de Saúde, mas não pode estar presente pela suspeita de infecção pelo novo coronavírus, ao qual teve teste negativo dias depois.

Ainda de acordo com os membros da Comissão, além disso, a unidade estava com falta de bombas infusoras e utilizando oxigênio erroneamente, devido a problemas técnicos ‒ o item estava sendo usado a nível de 100% para todos os pacientes, o que pode causar lesões pulmonares.

A Vigilância Sanitária esteve na Unidade de Pronto Atendimento e interditou as internações do Hospital de Campanha, até que medidas fossem tomadas para solucionar o problema.

No último domingo, a Comissão de Saúde esteve presente na UPA, ao qual verificou a aquisição de um novo compressor de ar que distribui corretamente o oxigênio aos pacientes.

“Foi constatada a aquisição de medicamentos e de novas bombas de infusão, mas ainda não é o adequado para a quantidade de pacientes que a Unidade atende”, destacou Israel da Farmácia.

Após resolvidas as irregularidades, a Vigilância Sanitária liberou a unidade para atender as internações de pacientes com a Covid-19.

“IBDS cumpriu todas as exigências da Vigilância e apresentou laudos técnicos que comprovem a capacidade dos compressores, portanto volta a atender os pacientes. O Hospital de Campanha da UPA tem todo o suporte necessário para receber com qualidade os pacientes diagnosticados com a Covid-19”, destacou diretora da Vigilância em Saúde, Érika Camargos.

Para o Presidente da Comissão, Zé Braz, a situação é preocupante e merece atenção especial da Comissão.

“No momento que verificamos, havia uma medicação alternativa que estava sendo utilizada, já que os fármacos ideais não estavam disponíveis. Eu, como enfermeiro, não posso afirmar se os medicamentos servem para sedar pacientes, isso é uma conduta médica. Na realidade, o correto seriam os medicamentos chamados de hipnóticos” explicou Zé Braz.

Em nome da Câmara, o Presidente da Casa repudiou a situação em que a UPA está sendo administrada.

"A Câmara Municipal repudia veementemente a forma como a empresa IBDS, que administra a UPA Padre Roberto, vem tratando a situação da pandemia no município, uma vez que somos um pólo de atendimento numa região que abrange 1,4 milhão de habitantes", afirma Eduardo Print Júnior.