Filho e neto perpetuam arte primitivista de GTO

por dircom — publicado 20/03/2018 16h15, última modificação 22/03/2018 17h21
Mandalas, pirâmides humanas, rodas vivas, tótens e outras esculturas estão na mostra, “GTO em Tres Tempos”, entalhados em madeira maciça de cedro, jacarandá e jequitibá
Filho e neto perpetuam arte primitivista de GTO

Exposição "GTO em tres tempos" está aberta ao público

O Espaço Cultural GTO, da Câmara Municipal de Divinópolis, está comemorando o cinquentenário da revelação artística do escultor Geraldo Teles de Oliveira (Itapecerica, 1913 – Divinópolis, 1990), que dá nome ao saguão do Plenário.

A Casa Legislativa expõe até o dia 29 de março obras do próprio GTO, de seu filho Mário Teles e de seu neto Alex Teles, que perpetuam o estilo primitivista de materializar na madeira sonhos complexos sobre as relações humanas. "São como rodas do universo e vida em contínuo giro", compara Alex.

Linguagem universal

Para a etnóloga Lélia Coelho Frota, GTO é um “mestre da linguagem universal” que recorre apenas à figura humana “esquemática e repetida, aliada aos símbolos geométricos do círculo e do retângulo, para construir à imagem de si mesmo no grande edifício metafísico que é a sua escultura”.

Frota destaca que o trabalho do artista “se organiza quer na vertical, quer centrado no círculo. A pluralidade de suas figuras termina por construir imagens de grande equilíbrio e unidade formal. Nas ‘Rodas Vivas’ de GTO, o centro é comumente sugerido, mas quase nunca configurado, como nas mandalas orientais”, destaca, no Pequeno Dicionário do Povo Brasileiro, século XX (2005).


Texto e foto: Flávio Flora