I Fórum das Mulheres da região envia documento com demandas ao Governo

por dircom — publicado 05/12/2017 16h14, última modificação 05/12/2017 16h14
O encontro contou com a presença de autoridades representando os municípios vizinhos de Pará de Minas, Itaúna, São Sebastião do Oeste e Belo Horizonte.
I Fórum das Mulheres da região envia documento com demandas ao Governo

Representantes femininas de cidades da região participaram do Fórum

Cerca de 50 mulheres dedicaram a tarde de ontem (4) para participar do I Fórum das Mulheres da Região Centro Oeste de Minas Gerais, e abordar os importantes temas: “Empoderamento Feminino”; “A representatividade das mulheres nos espaços sociais”; “A Desigualdade Salarial” e “O silêncio da Violência contra a Mulher”.

 

O encontro contou com a presença de autoridades representando os municípios vizinhos de Pará de Minas, Itaúna, São Sebastião do Oeste e Belo Horizonte. O Fórum das Mulheres foi realizado através de uma parceria da Deputada Estadual Cristina Correa (PT) com a Vereadora Janete Aparecida (PSD) para que fosse possível unir forças entre as poucas representantes mulheres ocupantes dos cargos públicos no Estado de Minas Gerais. Crédito: Helena Cristina

“O ato de debater estes importantes temas, nos agrega a termos mais acesso às políticas públicas pelas quais devemos lutar para conseguir. Hoje o governo não apresenta um plano de políticas públicas para atender mulheres com mais de 49 anos, pois para nosso governantes nós mulheres somos usuárias apenas do sistema de maternidade, ginecologia e pré-natal. As mulheres que não estão neste estágio de maternidade não contam com nenhum benefício do governo para ter uma vida digna e saudável. Durante o Fórum ouvimos diversos relatos de assedio moral, assedio sexual, violência, bulling, assedio em casa e no trabalho. Nós estamos no seculo vinte e um, e não podemos mais aceitar este tipo de situação constrangedora. Somos mulheres empoderadas e que desenvolvem diversas funções na sociedade civil e não podemos jamais sermos coagidas por este tipo de situação!”, frisou Janete Aparecida.

Crédito: Helena CristinaA deputada estadual Cristina Correa, comentou ao longo de sua palestra sobre os diversos tipos de constrangimentos que ela já vivenciou na vida pública devido ao machismo ainda imperado no âmbito da política, e na ocasião outras Vereadoras da região Centro Oeste também manifestaram já ter vivido o mesmo tipo de situação nas Câmaras por serem a minoria ocupando as cadeiras legislativas.

 

Outro ponto abordado no Fórum foi sobre a violência contra mulher exercida em diversas ocasiões, conforme pontuou a delegada de Mulheres Maria Gorete Rios. “Nós atendemos na delegacia um grande número de mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, porém devemos nos atentar também a violência psicológica que por diversas vezes é praticada pela própria sociedade, porém é são veladas como apenas comentários e piadinhas. Lá na delegacia nós temos um setor de Crédito: Helena Cristinapsicossocial para encaminhar estas mulheres à um tratamento”, contou Gorete.

A Delegada também frisou que o primeiro lugar que deve haver uma triagem para identificar os diversos tipos de violência sofridos pelas mulheres deve ser nos hospitais, uma vez que existem casos que não chegam ao conhecimento da polícia por não sere considerados violência domestica, mas estamos fazendo um longo trabalho de divulgação para as pessoas denunciarem as agressões através do 180.

 

Já a Psicóloga e Coach em Desenvolvimento Tassia Garcia abordou a questão do empoderamento da mulher se resgata deste Crédito: Helena Cristinatipo de situação inconveniente diante da sua autoconfiança. “Precisamos nos amar, nos valorizar, nos empoderar e deixar de lado as ditaduras que envolvem o nosso dia a dia com este tipo de “pré” conceito existente sobre a figura feminina. A educação da sociedade vem de dentro da nossa própria casa. Não podemos mais aceitar que “comentários” e “piadinhas” sejam a desculpa para a imposição do machismo em nossas vidas. Eu consegui educar meu pai, pois ele sempre comentava no trânsito: “tinha que ser mulher no volante”. E depois que expliquei pra ele como eu me sentia ouvindo esta frase, ele mesmo se reeducou e nunca mais a repetiu. Temos que ter coragem e agir para nosso próprio bem!”, exemplificou a psicóloga.

 

Por fim foi realizada um roda de debate sobre os assuntos do Fórum e diversas demandas e sugestões serão enviadas para os governos das cidades de Divinópolis, Pará de Minas, Itaúna e São Sebastião do Oeste para que sejam aplicadas melhorias nas políticas públicas voltadas para as mulheres, assim como a deputada Cristina Correa também enviará o documento para Subsecretaria de Políticas para as Mulheres do Estado de Minas Gerais.

 

 

Texto: Liziane Ricardo                                   Foto: Helena Cristino