Taxistas que foram além da profissão são homenageados na Câmara
Taxistas são homenageados com nomes de ruas em Divinópolis:
A Câmara de Divinópolis aprovou dois projetos de Lei de denominação de rua que homenageiam taxistas da cidade, sendo um deles, um dos primeiros a exercer a função. Trata-se dos projetos 90/2017 de autoria do Vereador Kaboja (PSD) denomina Márcio Mendes Medeiros, a Rua A, localizada no bairro Heleno Ramos Freitas e o 67/2017, de autoria do vereador Edson Soua (PMDB) denomina Latif Nemer Frahia, a Rua 02, no bairro Xavante.
Márcio Mendes Medeiros
Nasceu em São Gonçalo do Pará aos 05 de dezembro de 1950, filho de Joaquim Mendes Medeiros e Terezinha de Oliveira Medeiros. Filho primogênito de uma família numerosa, somando mais 13 irmãos. Estudou até o Curso Técnico de Contabilidade no Colégio Leão XIII; por vontade de seus pais, seguiria a profissão de advogado, mas por vocação e amor a profissão de motorista, espelhou-se em seu pai.
Desde adolescente, dirigia os veículos do pai, automóvel ou caminhão. Na condição de filho mais velho foi o braço direito do pai e com isso, referência e exemplo para os irmãos e mais tarde para os 04 filhos: Sheila, Leandro, Adriano e Clayton e a neta Yas- mim. Trabalhador nato, com 12 anos já trabalhava no comércio, em uma loja de autopeças. Em 1968, juntamente com seu pai, trabalhou na construção da BR 262 , rodovia que liga Nova Serrana a Belo Horizonte, então com 18 anos de idade.
Mais tarde, estabeleceu-se na profissão de motorista de táxi, com ponto na Av. Primeiro de junho com Rua Rio de Janeiro onde permaneceu durante muitos anos e mais tarde na Estação Rodoviária. Esteve transportando pessoas por mais de 04 décadas e nos últimos 10 anos prestava serviço para empresários e profissionais da saúde de várias instituições do município. Uma clientela que ele dizia “são pessoas especiais, como se fossem da minha família”.
“Marcinho”, como era chamado pelos amigos, faleceu aos 65 anos de idade no Hospital do Câncer em 01/03/2016. Pessoa discreta, carismático, determinado , deixou saudades na família e no grande círculo de amigos e colegas de trabalho onde representou com muito afinco a classe dos taxistas e fez a sua história.
Latif Nemer Frahia
Latif Nemer Frahia é de origem libanesa e veio para o Brasil no final da primeira década do século XX. Em Divinópolis, se estabeleceu e viveu até o ano de 1963, quando faleceu. Trabalhou no comércio atacadista de senhor Thirézio Mendes Mourão, atuou no ramo da carpintaria e foi um dos primeiros choferes de praça (taxista) de Divinópolis.
Foi considerado um homem de muitos amigos, digno, bem-humorado, boa prosa, generoso, de uma bondade sem precedente, respeitador e estimado por todos que o conheceram. A sua época, foi tido como o pai do povo do bairro Niterói, pelo tanto que ajudava as pessoas. Foi membro arquivista do mais famoso grupo musical de Divinópolis, denominado “Band Jazz dos Santinhos”. Atuou no carnaval de Divinópolis, como membro do cordão XPTO. Foi o mais apaixonado dos torcedores do Flamengo Esporte Clube de Divinópolis, time que ajudou a fundar no ano de 1934, juntamente com os senhores Antônio Santos Dâmaso (santinho) e Nagib Souki.
Devido ao grau de amizade que mantinha com a família Epifânio, Latif foi responsável pela conquista do terreno onde hoje se encontra o estádio Mendes Mourão, doado pelo casal Alonso Epifânio Pereira e Maria Magdalena Pereira (Nhazinha). Contam que o senhor Latif, junto com os diretores e jogadores do Flamengo, pegou na pá e picareta, dando suor em prol do futebol de Divinópolis, tanto na construção do bairro Niterói, como na construção do estádio Mendes Mourão, para o engrandecendo o rubro negro divinopolitano.
Latif morreu solteiro, não deixou descendentes, mas deixou um número imenso de amigos que até hoje, o lembra com saudades. Tinha o Brasil como sua segunda pátria, Divinópolis, como a cidade do seu coração e o Flamengo Esporte Clube como sua primeira paixão. Para ele era o melhor time de futebol do mundo. Enquanto viveu em Divinópolis, este nobre libanês fez muito pelas pessoas. No entanto, seu nome estava praticamente esquecido, sendo mantido apenas na lembrança das pessoas que o conheceram e que hoje estão acima dos 80 anos