Vereadores participam de audiência sobre a UPA na ALMG

por dircom — publicado 30/11/2017 10h50, última modificação 05/12/2017 13h23
Situação da unidade, que atende 400 pacientes por dia, foi debatida em reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.
Vereadores participam de audiência sobre a UPA na ALMG

Representantes de Divinópolis discutem situação da UPA na Assembleia Legislativa

O alto custo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto, em Divinópolis (Centro-Oeste de Minas), o atendimento além da capacidade e a falta de medicamentos, materiais e recursos para pagamentos da equipe foram alguns dos problemas apontados, nesta quarta-feira (29), em audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Audiência pública contou com a presença do Presidente da Câmara de Divinópolis, Adair Otaviano (PMDB), do Vice Josafá Anderson (PPS) e do parlamentar Nêgo do Biriti (PEN) além de reunir também representantes estaduais como o Deputado Estadual Fabiano Tolentino (PPS).

O diretor administrativo da UPA Padre Roberto, José Orlando Fernandes Reis, explicou que, apesar da capacidade de atendimento de 350 pessoas, a unidade atende cerca de 400 pacientes por dia, sendo que, em média, 7% deles necessitam de atendimento hospitalar.

Atualmente, a UPA tem 25 leitos para pacientes que deveriam aguardar, por no máximo 24 horas, vaga em hospital. Mas, segundo o gestor, há casos em que eles chegam a ficar durante três meses, já que os hospitais não conseguem atender à demanda.

José Orlando Reis afirmou que o custo da UPA é alto, tendo chegado a mais de R$ 2 milhões no último mês. Segundo ele, desse valor, R$ 500 mil foram pagos pelo Ministério da Saúde e R$ 125 mil deveriam ter sido repassados pelo Governo do Estado, mas esse repasse já está atrasado em 16 parcelas. “Mesmo se estivéssemos com esses repasses em dia, o valor que sobra para o município é muito alto”, afirmou.

O diretor clínico da UPA Padre Roberto, Rodolfo Monteiro Barbosa, completou que a unidade sofre com falta de medicamentos e materiais, sendo que existem médicos há dois meses sem receber seus salários. “Se essa situação não for resolvida, vamos paralisar na sexta-feira (1º/12) e atender apenas urgência e emergência”, alertou.

Segundo ele, a equipe não vai deixar a UPA fechar, mas é necessário ter recursos para que a população possa ser atendida. Segundo Rodolfo Barbosa, atualmente existem 50 pessoas internadas na UPA recebendo tratamento que deveria ser dado em âmbito hospitalar, sendo que há idosos e pacientes com fraturas aguardando internação.

Apelo – Vereadores de Divinópolis também fizeram um apelo em prol da UPA. O presidente da Câmara Municipal, Adair Otaviano de Oliveira, criticou o descaso do Governo do Estado e afirmou que a UPA está agonizando e os médicos estão trabalhando sob pressão.

 

Recursos estaduais não resolvem problema da UPA

A assessora técnica da Coordenação de Urgência e Emergência da Secretaria de Estado de Saúde, Érika Santos, reconheceu o atraso no repasse dos recursos estaduais, que representam 7% do custo da UPA de Divinópolis. Ela apontou, entretanto, que o pagamento devido pelo Estado não cobre um mês das despesas da unidade.

Ela disse que o Ministério da Saúde está realizando o Plano de Ação Regional (PAR), com o objetivo de avaliar a situação do atendimento da saúde em toda a região. A referência técnica Diovana Paiva explicou que a expectativa é de que, com o PAR, sejam criadas possibilidades para desafogar o atendimento em Divinópolis.

Érika Santos ainda citou a necessidade de buscar outras soluções,. Ela disse que a implantação do Samu na região foi uma alternativa oferecida pelo governo do Estado.

Gestão - O presidente do Conselho Municipal de Saúde de Divinópolis, Warlon Carlos Elias, afirmou que não irá permitir o fechamento da UPA. Ele fez questionamentos sobre a gestão da unidade, que seria administrada pela Santa Casa de Formiga.


Audiência na ALMG sobre a UPA 29-11-2017Deputados criticam a falta de recursos para a saúde

Parlamentares condenaram a falta de recursos para a saúde, em especial para as UPAs. Eles apontaram que as unidades de pronto atendimento prestam um serviço importante e não podem ter suas funções comprometidas.

O autor do requerimento para a reunião, deputado Fabiano Tolentino (PPS), afirmou que a UPA de Divinópolis chegou a ficar fechada durante alguns dias por falta de recursos. “Esse descuido não pode continuar. Não podemos chegar a esse ponto de novo”, disse.

O presidente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), destacou dois problemas enfrentados pelas UPAs: a não conclusão das obras de algumas unidades e a dificuldade financeira das que estão em funcionamento. Para o deputado Bonifácio Mourão (PSDB), a situação das UPAs é caótica devido à falta de repasses estaduais.

O deputado Antônio Jorge (PPS) criticou o fato de o governo do Estado não gastar o mínimo previsto constitucionalmente com a saúde. O deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) falou sobre o aumento dos gastos na administração estadual e sobre a falta de compromisso com a saúde.

O deputado Doutor Jean Freire (PT) destacou a falta de planejamento nos gastos com a saúde, em especial na construção dos hospitais regionais, que não tiveram suas obras finalizadas. O deputado Geraldo Pimenta (PCdoB) afirmou que a saúde não é priorizada no Brasil.

Já o vice-presidente da comissão, deputado Doutor Wilson Batista (PSD), apontou a necessidade de se discutir, além da questão do financiamento, a qualidade no atendimento prestado nas unidades de saúde, reduzindo as mortes por erros nos hospitais.

 

 

Fonte de informações: ALMG                                Fotos: Guilherme Bergamini